Se você vem ao Rio, precisa conhecer uma autêntica roda de samba

 

Nesta terça é Dia do Folclore. É o momento de celebrar mitos, lendas e tradições que passaram de geração em geração. Muitas histórias dessas foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas assustar pessoas. Com o tempo, acabaram dando origem a diversas festas populares celebradas em lugares específicos ou no país todo.

Dentro do rico universo do folclore brasileiro, as danças ocupam lugar de destaque numa combinação de rituais e tradições indígenas, africanas e europeias. Entre elas estão as quadrilhas das festas juninas, o frevo, o maracatu, a catira, a ciranda, o carimbó, que agora está em evidência por conta da novela Força do Querer da Tv Globo, o baião, o xaxado, o bumba meu boi dentre tantas outras. No Rio, uma das tradições mais vivas é o samba de roda.

Originário da região do recôncavo baiano, a partir de um ritmo africano chamado semba, ele é uma mistura de música, dança e poesia. Se as origens remontam à Bahia, foi no Rio que o samba ganhou expressão, variações e acabou ficando conhecido como gênero carioca. Uma festa de união e que também é temperada com muita iguaria boa, como feijoadas, galinhas, cozidos, etc.

Há lugares muito conhecidos e democráticos para curtir as rodas de samba.

 

  1. O Samba do Trabalhador

Ocorre toda segunda-feira no Clube Renascença, no Andaraí, zona norte, das 17h às 23h. É comandada por Moacyr Luz, parceiro de nomes famosos da música brasileira como Martinho da Vila, Wilson das Neves e Aldir Blanc e já compôs para Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Maria Bethânia e até participou de concursos de samba-enredo. Por ser num dia  pouco comum para o samba, costumam passar por lá artistas consagrados da velha guarda e da nova geração que sempre acabam dando uma canja.

Foto: Alexandre Macieira | Riotur

Foto: Alexandre Macieira | Riotur

  1. Samba da Pedra do Sal

Este é o local mais ancestral da tradição africana no Rio, próximo ao Cais do Valongo, porto de desembarque de escravos, numa região que ficou conhecida como Pequena África. Ali, na Pedra do Sal, aos pés do morro da Conceição, na Gamboa, uma turma que gosta do samba tradicional também se reúne às segundas-feiras. O repertório é voltado para o samba de raiz e a turma gosta de cantar acústico, no gogó mesmo. O evento é gratuito e cercado de ambulantes vendendo bebidas e petiscos. O melhor é chegar antes das 19h.

Foto: Alexandre Macieira | Riotur

Foto: Alexandre Macieira | Riotur

  1. Samba do Ouvidor

Ocorre dois sábados por mês na esquina da Rua do Ouvidor com a Rua do Mercado, no centro da cidade, substituindo a agitação dos corretores da Bolsa de Valores pelo batuque. O sucesso da roda democrática foi tão grande que ajudou a repovoar uma área que estava abandonada e hoje fervilha com restaurantes e outras opções de programas culturais, próximo à Praça XV. Quem vai almoçar, já fica para o samba, que começa por volta das 15hs e vai até às 22hs.

Foto: Niko Kaiser

Foto: Niko Kaiser

  1. Escolas de Samba

Algumas escolas de samba também realizam rodas com suas velhas guardas. Uma das mais regulares ocorre na Portela e se chama Portela de Asas Abertas. Grupos de samba de raiz vão à escola homenagear algum baluarte da azul e branco no mesmo esquema de canto em roda, dança e cantoria, com direito a petiscos. A entrada é R$ 15. O evento ocorre aos sábados à tarde a cada dois meses. O próximo será em setembro.

Mas esta é apenas uma pequena amostra. O samba está tão arraigado à cultura carioca que a Prefeitura em parceria com o Instituto Pereira Passos resolveu fazer um mapeamento das rodas que existem na cidade. Um levamentamento inicial identificou cerca de 150 eventos do tipo. A ideia é que os próprios organizadores das rodas façam o cadastramento através de uma plataforma na internet. Ou seja, mesmo longe do carnaval, não tem desculpa de vir ao Rio e ir embora dizendo que não foi ao samba.

Veja o Mapa que já está no ar (http://portalgeo.rio.rj.gov.br/vempraroda/)

22 de ago de 2017

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