Espaço GaleRio, uma plataforma de cultura urbana do Rio Grandes cidades multiculturais ao redor do mundo têm superado o preconceito e dialogado cada vez mais com a arte urbana. Exemplos como Berlim, Londres e Nova York são notórios. O Rio de Janeiro, em linha com esta tendência, criou o GaleRio, que é a primeira plataforma de cultura urbana da cidade. O projeto é grandioso. Começa pelo Espaço GaleRio, onde estão presentes expoentes do grafite e da arte urbana cariocas. Ele ocupa o 2º andar de uma casa construída em 1879, cuja fachada foi tombada, em 1987, pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), no bairro de Botafogo, Zona Sul da cidade. Foto: Alexandre Macieira | Riotur Além disso, há o plano de cobrir todos os cerca de 40 quilômetros de muros que margeiam a Linha 2 do Metrô, que liga São Cristóvão, o bairro Imperial, à Pavuna, no subúrbio. Uma das primeiras obras foi concluída na Estação Del Castilho ainda em 2014. Vieram depois painéis na de Inhaúma, Triagem, Colégio, Coelho Neto e no bairro Carioca, onde também surgiu uma oficina de artesanato sustentável. Em 2015, o Instituto EixoRio, que coordena as ações, fechou um acordo com a Secretaria Municipal de Obras para levar cores aos emboques do Túnel Alaor Prata, ligação dos bairros de Botafogo e Copacabana, também conhecido como Túnel Velho. Com curadoria de Carlos Bobi e direção artística de Acme, 22 artistas utilizaram técnicas como realismo, letras e personagens para grafitar os cerca de 1500 m² de muros na entrada e saída do túnel. Como os acessos às entradas do túnel parecem um mergulhão, os artistas criaram a experiência de estar no fundo do mar, utilizando tinta base em tons de azul celeste, verde piscina, vanila e bambu e diversos seres submarinos. Ao emergir, as pessoas avistarão o litoral, a praia de Copacabana, seus personagens e elementos característicos. A ação conjunta entre a Secretaria municipal de Obras e o EixoRio teve por objetivo levar ainda mais arte para a cidade ao mesmo tempo em que revitaliza a área e combate o vandalismo. Esta foi a primeira vez que a SMO substituiu uma linha orçamentária prevista para tinta antipichação por painéis de arte urbana. Foto: Alexandre Macieira | Riotur Fomentar a cena artística da cidade é o principal objetivo de todas estas ações, dando espaço àquela parcela da população jovem e criativa que tem vocação natural para ocupação e revitalização de áreas urbanas, muitas vezes revelando histórias esquecidas por meio de muralismos. O GaleRio instituiu o 27 de Março como Dia do Graffiti no Rio de Janeiro e isso ajuda a impulsionar o mercado da arte, com estímulo a eventos, lançamentos de editais comemorativos etc. Já passaram pela primeira galeria pública carioca especializada em arte urbana quase uma centena de artististas com a utilização de diferentes técnicas e estilos em exposições que duram entre 30 e 40 dias. O GaleRio também participa e promove debates, palestras e encontros sobre arte e aproxima artistas do poder público com encontros em auditórios de secretarias e órgãos públicos fiscalizadores da cidade. Além do Graffiti, outros segmentos da “Street Art” tem sido estimulados, como esculturas e mobiliários a partir de sucatas e materiais recicláveis. O movimento, criado em 2014, já está sendo alimentado por uma nova geração de talentosos artistas que participam das exposições ou ganham as ruas, como no caso do “Piskate” da Praça XV, escultura em forma de skate gigante, criado para manobras radicais do esporte. O Espaço GaleRio fica na Rua São Clemente, 117. A entrada é gratuita e o horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 10h às 18h.
