Mestre-salas e porta-bandeiras encantaram a Sapucaí em 2017

Um dos momentos mais bonitos do desfile é reservado à apresentação dos casais de mestre-sala e porta-bandeira, que têm a honra de levar o pavilhão da escola. Eles são tão importantes que vêm logo atrás da comissão de frente no desfile, antes mesmo do carro abre-alas. O carnaval 2017 teve momentos muito bonitos neste segmento.

O julgamento foi rigoroso. Apenas Salgueiro, Portela e Mangueira mereceram as quatro notas máximas dos jurados. Sidclei Santos e Marcella Alves, num deslumbrante traje vermelho sangue, representando Pierrô e Colombina, fizeram bonito no desfile salgueirense sobre a Divina Comédia do Carnaval.

Danielle Nascimento, filha da maior porta-bandeira de todos os tempos, Vilma Nascimento, e Alex Marcelino, da Portela, obtiveram uma vitória pessoal no contexto do título. Em 2016, foram penalizados em duas cabines de jurados porque estariam inseguros devido à água jogada na pista pela Comissão de Frente. Aqueles décimos preciosos poderiam ter dado à escola o título um ano antes. Em 2017, Danielle e Alex se apresentaram de dourado em trajes riquíssimos. Ela de Oxum, deusa das águas doces, e ele de Oxossi. A dança foi segura, intensa, forte, com direito a passos de candomblé no trecho do samba em que Oxum era homenageada e a bateria tocava em ritmo de ijexá.

A premiada porta-bandeira da verde e rosa, Squel Jorgea, foi o personagem do carnaval em 2016, ao desfilar como uma iaô de cabeça raspada. Este ano fez par pela primeira vez com Matheus Olivério, de 29 anos, que apesar de mais novo que ela, é seu tio por parentesco. Ele é filho e ela neta de Xangô da Mangueira, diretor de harmonia famoso. Squel é também mulher do carnavalesco Leandro Vieira. A dança dos dois foi das mais graciosas com figurinos que representavam os devotos brasileiros.

Embora não tenham ganho todas as notas máximas, outros três casais também ajudaram suas respectivas escolas a gabaritar no quesito, uma vez que o regulamento permite descartar a nota mais baixa. Assim, Imperatriz, União da Ilha e Mocidade também tiveram casais nota dez.

Com belas fantasias indígenas do Xingu, Rafaela Teodoro e Thiaguinho Mendonça evoluíram com leveza na Imperatriz. Na União da Ilha, Dandara Ventapane e Phelipe Lemos, dançaram com muita beleza graças ao traje leve, embora elegante. Phelipe é um mestre-sala conceituado, premiado três vezes com Estandarte de Ouro. O casal da Mocidade, Diogo Jesus e Cristiane Caldas, dançou fantasiado de Hallak, o contador de histórias, e ela de Sherazade, narradora do conto das Mil e Uma Noites.

20 de mar de 2017

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