Viagem musical lembra nomes que ajudaram a formar o samba como gênero Vamos fazer uma série de posts sobre figuras importantes da história de um dos gêneros mais influentes da música brasileira. Nascido de uma fusão de ritmos africanos foi se misturando ao longo das décadas e produzindo gêneros que marcaram nossa música. Nesta primeira parte, vamos falar dos primórdios. 1. Sinhô (1888 – 1930) José Barbosa da Silva foi estimulado pela família a estudar música. Fã de chorinho, por volta de 1911 era pianista profissional e frequentava a casa da Tia Ciata, considerada berço do samba moderno. Por isso mesmo, estranhou quando Donga reivindicou pra si a autoria solitária de Pelo Telefone, considerado o primeiro samba gravado na história. A polêmica foi travada por meio de músicas e chegou a envolver Pixinguinha. Foi Sinhô que compôs a primeira gravação de uma marchinha, Pé de Anjo. Seus dois maiores sucessos: Jura. Gosto Que Me Enrosco – com Sinhô e Donga no violão e cantada por Mário Reis. 2. Noel Rosa (1910- 1937) Cantor, compositor de grande talento, Noel Rosa traçou um estilo de samba que teria muitos seguidores, fazendo a crônica da vida no Rio de Janeiro de seu tempo. Foi um dos primeiros legitimadores dos sambas do morro no “asfalto”. Aprendeu a tocar bandolim adolescente e participou de grupos musicais, tornando-se conhecido nas noites cariocas. Apesar da morte precoce por tuberculose, deixou uma obra vasta e regravada por muitos interprétes. Conversa de Botequim – gravação original: Feitio de Oração, interpretado por Marisa Monte: 3. Ary Barroso (1903 – 1964) Mineiro de Ubá, ficou órfão aos 7 anos e foi criado pelos avós que sonhavam em vê-lo pianista de concerto. Aos 18, foi estudar Direito no Rio, mas nunca exerceu a profissão. Para se sustentar tocava piano em cinemas e cabarés. Em 1930, ganhou o prêmio com uma marcha de carnaval. Fez várias canções de sucesso que o tornaram o mais representativo compositor da Era do Rádio. Em 1939, foi lançada aquela que se tornaria o Hino Nacional alternativo, o samba-exaltação Aquarela do Brasil, na voz do mais popular cantor da época, Francisco Alves Na Baixa do Sapateiro, interpretado por Gal Costa 4. Ismael Silva (1905-1978) Filho de um cozinheiro e uma lavadeira, Ismael tornou-se sambista aos 15 anos. Cinco anos depois, teve gravada sua primeira composição e se aproximou de Francisco Alves. Foi parceiro de Noel Rosa e no final dos anos 20, morando no Estácio, fundou com outros parceiros o bloco carnavalesco considerado precursor do termo escola de samba. Ele e seus companheiros moldaram o samba moderno, afastando-o do maxixe e do chorinho. Se Você Jurar Ao Romper da Aurora 5. Pixinguinha (1897-1973) Instrumentista, maestro faz parte do seleto grupo de gênios da música brasileira. Começou a carreira tocando em cinemas e depois em ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista. Deu forma final ao chorinho, embora na época em que compôs Carinhoso, este tenha sido criticado por ter influência do jazz e foi considerado uma polca. Fez parceria com Donga, com João de Barro, o Braguinha, e outros tantos. Carinhoso, interpretado por Orlando Silva Lamentos