Cinco carros alegóricos inesquecíveis do Carnaval do Rio em 2017 O Carnaval é uma festa tão vertiginosa que a mente nem consegue processar direito: os desfiles das escolas de samba apresentam milhares de fantasias, centenas de alegorias, música, ritmo. Esta é uma das razões pelas quais são um espetáculo sem par no mundo todo. E com uma vantagem adicional. Depois que passa, a gente vai revendo as imagens, organizando as ideias e vendo o que mais ficou guardado na memória. Por isso, resolvemos fazer uma pequena lista com cinco carros alegóricos inesquecíveis do Carnaval 2017. 5. EWÉ Ó! FOLHAS AO VENTO! A UNIDADE NA DIVERSIDADE (UNIDOS DE PADRE MIGUEL) As escolas da Série A fizeram desfiles inesquecíveis em 2017. O destaque vai para a Unidos de Padre Miguel e seu enredo em homenagem ao orixá Ossain. A terceira alegoria da escola apresentou talvez o design mais arrojado de todo o carnaval. Trazia uma mega escultura com saias giratórias gigantes. Na lenda contada pelo enredo, elas representavam a ventania provocada por Iansã, que derrubou a cabaça de folhas de Ossain e as espalhou. O objetivo era de que ele divisisse os segredos da cura com os demais orixás. 4. A CABANA DE ARAQUÉM O PAJÉ DA GRANDE NAÇÃO TABAJARA (BEIJA-FLOR) A azul e branco contou a história do romance de José de Alencar “Iracema”, sobre o romance proibido entre a índia e o invasor europeu. Este era o terceiro carro, representando o pai da virgem dos lábios de mel. O carro reproduzia uma imensa taba indígena, todo em palha, um trabalho artesanal de cair o queixo. 3. O MONTE PURGATÓRIO (SALGUEIRO) O desfile do Salgueiro foi baseado na Divina Comédia de Dante, num cruzamento muito divertido com o carnaval. Este carro chamou atenção pela representação dos componentes e por vir no final do setor da escola que lembrou os pecados capitais. O carro tinha várias tonalidades, uma mais quente, na base, até branco no topo, com tons intermediários. Sobre ele pessoas de sungas e biquinis representando os foliões tentando se recuperar dos excessos do carnaval. Os destaques do carro não eram bailarinos, mas componentes comuns da escola que ensaiaram por meses a dramatização. 2. ABRE–ALAS, UM DESEJO NO ALTAR (MANGUEIRA) A verde e rosa trouxe um abre-alas imponente para o enredo “Só Com a Ajuda do Santo”, sobre a fé dos brasileiros. Imponente e muito dourado, trazia uma série de altares no melhor estilo barroco, com esculturas de santos e pessoas fantasiadas de santos dentro dos oratórios. De uma delicadeza maravilhosa. 1. LAMENTO DO RIO DOCE (PORTELA) Na viagem poética da campeã Portela pelos rios do mundo e sua própria história, houve espaço para protesto com uma alegoria de forte impacto, lembrando a maior tragédia ambiental do país, o vazamento da lama tóxica no Rio Doce em Mariana. A grande escultura de um homem do campo sofrendo como se tivesse ele mesmo enlameado. O carro que jorrava água que parecia lama trazia na sua frente uma ala com pessoas com roupas rasgadas e palavras de ordem com críticas ao acidente e suas consequências ao meio-ambiente.